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Após agenda em Brasília, Lula amplia arco de alianças anti-Bolsonaro

Após uma semana de agenda cheia com parlamentares, lideranças políticas e embaixadores, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Sil...



Após uma semana de agenda cheia com parlamentares, lideranças políticas e embaixadores, em Brasília, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retornou a São Paulo, no início da tarde de sexta-feira (7/5), com uma bagagem maior e mais pesada para formar alianças políticas que, embora não necessariamente alinhadas a um único candidato, podem se unir para derrotar o bolsonarismo nas eleições de 2022.

O petista se reuniu com possíveis candidatos a governadores, como o deputado federal Marcelo Freixo (PSol-RJ) e o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), e conversou, inclusive, com nomes do centro e da ala centro-direita, como o deputado federal e ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) – que irá para o PSD –, o ex-presidente da República José Sarney (MDB) e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ex-ministro da Ciência e ex-prefeito de São Paulo (SP).

Embaixadores de Argentina, Cuba e Venezuela também se encontraram com o ex-presidente. Os três países não mantêm boas relações com Bolsonaro e são constantemente bombardeados pelo atual mandatário da República e por seus apoiadores, sob o argumento de estarem, supostamente, mergulhados no comunismo. Representantes de Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Grécia também falaram com o petista.

As conversas giraram em torno do valor do auxílio emergencial, da vacinação contra a Covid-19 e, sobretudo, da construção da chamada “frente ampla democrática” contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A proposta é alavancar uma união de partidos, que vão desde o PSol de Freixo até o MDB e o PSD de Maia e Kassab, por exemplo, principalmente no Rio de Janeiro, reduto eleitoral da família Bolsonaro, mas com expectativas de alianças pontuais em vários outros estados.

Essa foi a primeira viagem nacional de Lula após o Supremo Tribunal Federal (STF) anular as condenações que pesavam contra o petista no âmbito da força-tarefa da Operação da Lava Jato, o que o tornou novamente elegível.

“Hoje, essa frente ampla é muito mais antibolsonarista do que em prol de uma candidatura. O que une Rodrigo Maia, Lula e Eduardo Paes, por exemplo, é muito mais um posicionamento contrário ao governo federal do que um posicionamento favorável a algum candidato”, explica o cientista político Marco Antônio Teixeira, pesquisador do Centro de Estudos de Administração Pública e Governo da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Lula, no entanto, encontrará resistência para tornar a articulação no Rio um modelo para outros locais do país. Ao petista, o presidente nacional do PDT, Gilberto Kassab, disse estar empenhado em fortalecer o partido durante as próximas eleições. O ex-ministro do presidente Michel Temer (MDB) quer ter o maior número possível de candidatos próprios nos estados. Ele antecipou, ao blog do Noblat, do Metrópoles, que o PSD apoiará um presidenciável que não será Lula nem Bolsonaro.

O petista também terá que driblar ressalvas do MDB do Rio na formação da frente ampla antibolsonarista. O Metrópoles apurou que os prefeitos de Duque de Caxias, Washington Reis, e de Belford Roxo, Waguinho, são nomes fortes dentro do partido no estado e podem dificultar a aliança com o ex-presidente, uma vez que são alinhados a Jair Bolsonaro.

Foi esse, inclusive, o principal motivo que fez Rodrigo Maia desistir de se filiar à sigla, após anunciar o rompimento com o DEM e receber convite do deputado federal Baleia Rossi (MDB).


Com informações do Metrópoles