Na manhã desta quarta-feira (19), o titular da pasta, Sarney Filho, e técnicos da secretaria do Meio Ambiente inspecionaram o local, que abriga ainda quatro nascentes. O secretário também acompanhou o trabalho realizado nas chácaras 10 e 12 do Núcleo.
A iniciativa faz parte do Projeto de Recomposição da Vegetação Nativa em 80 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) de nascentes, áreas de recarga hídrica e demais APPs degradadas ou alteradas nas bacias do rios Descoberto e Paranoá.
Técnicas de recomposição
Em fase final de execução, o programa utiliza diferentes técnicas de recomposição de vegetação a depender de cada realidade. Entre elas, os Sistemas Agroflorestais (SAFs), que conciliam práticas florestais e agrícolas, propiciando a recomposição de áreas e ainda podendo significar uma nova fonte de renda ao pequeno produtor rural.
O proprietário da área rural, Nadson SonSato, conta que a Chácara, fundada em 1959 e hoje direcionada para a produção de folhagens, tem 26 hectares. O projeto alcançou 1,7 da área com o plantio de cerca de 1,6 mil mudas.
“Fomos convidados para participar e vamos entrar com apoio e manutenção. A gente já estava pensando em fazer isso aos pouquinhos. Em grande escala assim, só foi possível devido ao projeto. O número de mudas é significativo. A gente já tomava conta e agora vai preservar mais ainda. Daqui a uns três anos isso aqui vai estar bonito, tudo fechado, uma maravilha”, afirma.
Recuperação de aquíferos
O principal objetivo da ação é realizar a manutenção e recuperação dos aquíferos que abastecem as bacias dos rios Descoberto e Paranoá, em parceria com o Projeto CITinova – Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis –, realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e executado pela Sema, em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), com recursos do Global Environment Facility (GEF).
O próximo passo é a manutenção e monitoramento dos 80 hectares de áreas plantadas, visando um relato mais detalhado do estágio de recomposição das áreas plantadas. A engenheira agrônoma Daniele Bastos Serra Alencar, da Equilíbrio Ambiental, empresa contratada para realizar o plantio, comentou que a área está inserida em uma região de recarga hídrica importante do Riacho Fundo.
“Lá embaixo a gente tem os produtores na beira do córrego e aqui a gente tem uma área muito urbanizada que está atingindo a área de preservação das nascentes. Então nessa propriedade, a gente está recuperando a área de preservação permanente em torno das nascentes”, explica.
Oportunidade
Meire e Edna Sato, também proprietárias das chácaras 10 e 12, aderiram ao projeto. E concordam que, sem essa experiência, seria difícil colocar em prática a ideia de recuperar a área de preservação.
“Para mim foi maravilhoso. Eu já estava pensando em reflorestar e até já tinha começado, só que comprar muda sai caro e seria inviável. Com o projeto tudo mudou”, diz Meire.
A subsecretária interina de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos, Elisa Meirelles, afirma que as ações no Riacho Fundo estão focadas em propriedades próximas para que pudesse realmente proteger a APP do Riacho Fundo.
“Trabalhamos nessa área com três propriedades, implantando o projeto tanto em áreas de nascentes quanto na própria APP, para sua recuperação e proteção. O projeto vai até março de 2022 e os proprietários rurais, que assinaram um termo de compromisso, vão continuar com a manutenção depois disso”, afirma.
Ao final do projeto será elaborada uma cartilha, sistematizando o processo de recuperação, incluindo aprendizados, avaliação dos estágios de regeneração alcançados com vistas à ampla divulgação e conhecimento da experiência, para que possa ser replicada em outras áreas do DF e em âmbito nacional.
*Com informação da Secretaria de Meio Ambiente