Vitória Medeiros, filha do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, planeja entrar com uma ação contra a Companhia Energética de Minas G...
Vitória Medeiros, filha do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, planeja entrar com uma ação contra a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) pelo acidente que culminou na morte do aviador, da cantora Marília Mendonça e dos outros três ocupantes da aeronave.
Segundo o advogado da família, Sérgio Alonso, internautas têm atacado Vitória nas redes sociais, acusando Geraldo de erro.
– Por estarem querendo transformar o comandante no culpado por isso, a filha vai processar a Cemig, inclusive para defender a honra do pai – afirmou o advogado, especializado em direito aeronáutico.
A Cemig é responsável pela torre de energia em Caratinga que teve um dos cabos atingidos pelo avião. Para a família de Geraldo, a queda da aeronave pode ter sido causada pela falta de sinalização das torres.
– Se essa rede não estivesse lá, ou se ela estivesse sinalizada, o acidente não teria acontecido. O causador do acidente foi a rede não sinalizada – declarou Sérgio Alonso, advogado da filha de Geraldo Martins, em entrevista ao Metrópoles.
A companhia já havia se pronunciado sobre o acidente no dia seguinte à queda do bimotor. Na ocasião, ela afirmou que a torre está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga e, por isso, não precisava estar sinalizada. A zona em questão é de 4km, enquanto a torre se encontrava a 5km do aeroporto.
A defesa da família do piloto, por sua vez, avalia que sinais de alerta deveriam ter sido posicionados independente da zona de proteção, para que os pilotos pudessem enxergar a rede.
– A Cemig diz que a torre estava fora da zona de proteção. Mas, independentemente disso, como é uma linha que está na reta final do aeródromo e que interfere no tráfego, teria que sinalizar, independentemente da zona de proteção. Quem mexe com eletricidade e cria risco tem que tomar cuidado com os outros – assinalou Alonso.
Procurada, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) emitiu nota, afirmando que segue “rigorosamente” as Normas Técnicas Brasileiras e que as investigações das causas do acidente ainda estão em andamento.
CONFIRA NA ÍNTEGRA:
A Cemig esclarece que a Linha de Distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ no trágico acidente está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da Aeronáutica Brasileiro (como mostra imagem já divulgada pela Cemig).
Reiteramos que a Cemig segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos.
A sinalização, por meio de esferas na cor laranja, é exigida para torres em situações específicas, entre elas estar dentro de uma zona de proteção de aeródromos, o que não é o caso da torre que teve seu cabo atingido.
A Cemig informa ainda que os obstáculos que constam no NOTAM não se referem à torre de distribuição que teve o cabo atingido. Um desses obstáculos é de outra torre que pertence à Cemig e que consta com esferas de sinalização na cor laranja, por estar dentro da zona de proteção do Aeródromo, conforme Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor.
As investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente. A Companhia mais uma vez lamenta esse trágico acidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas.
Por: Metrópoles.