Frio e dissimulado, o assassino confesso de Giovanna de Laura Peters, 20 anos, mandou mensagem de áudio para a sogra, fingindo não saber ond...
Nas mensagens, Leandro diz à sogra que a jovem teria pedido um transporte por aplicativo a fim de voltar para a casa dela, na segunda-feira (29/11). O áudio foi enviado na quarta-feira (1°/12), às 8h34, após Érika Santos, 42, ter questionado Leandro sobre o paradeiro da filha. O acusado diz que Giovanna teria saído da residência dele pela manhã, depois de levantar, escovar os dentes e tomar café. O acusado afirma não ter tido mais contato com a moça desde então.
Ouça:
Leandro diz que o celular de Giovanna não estava mais recebendo mensagens e ligações. “Vai tentando aí, e me mantém em contato também. Eu tô (sic) agoniado aqui também, desde quando a mensagem não chegou eu já fiquei doido. Porque eu mandei mensagem no tablet também e não chegou, e ela não respondeu.”
No fim do dia, Leandro volta a falar com a sogra e pergunta se Érika já teria entrado em contato com as amigas de Giovanna, para tentar descobrir alguma coisa. “Dona Érika, a gente tem que ver se consegue alguma coisa, alguma informação com alguém, com alguma amiga dela. Você não conhece alguma amiga dela que ela possa conversar com mais frequência, não?”, diz com a voz calma.
Foram três dias mentindo para familiares e para a Polícia Civil do DF (PCDF) até admitir que ele era o responsável pelo desaparecimento e pela morte da namorada. A jovem dormiu na casa de Leandro no domingo (28/11) e, na madrugada de segunda-feira (29/11), foi brutalmente assassinada.
De acordo com o depoimento do acusado, os dois acabaram discutindo após Leandro descobrir que a jovem teria se relacionado com outras pessoas enquanto estavam separados. Irritado, ele imobilizou a vítima por trás e a degolou, com uma faca.
“Boa pessoa”
A ausência de remorso ficou escancarada ainda no dia 29, data do crime. Já pela manhã, por volta das 7h, Leandro mandou uma mensagem a um amigo pedindo um carro emprestado para “fazer uma chupeta”, quando na verdade utilizou o veículo para levar o corpo de Giovanna até um matagal próximo à antiga Academia da PCDF, em Taguatinga
O cinismo continuou também no envio de mensagens. O assassino chegou a pegar o celular da namorada e, se passando por ela, disse à mãe que voltaria para casa pedindo um transporte por aplicativo. Leandro ainda fingiu preocupação com uma suposta demora e escreveu para a namorada: Amor cadê você?
Ao Metrópoles, os familiares da vítima contaram que os dois tinham um relacionamento conturbado, mas Leandro aparentava ser uma “boa pessoa” e estava sempre nos eventos e aniversários da família.
O acusado já teria agredido Giovanna em outras ocasiões. Leandro teria jogado um celular contra a cabeça da moça. No entanto, o fato não teria sido denunciado à polícia.
Prisão
Nessa segunda-feira (6/12), o Tribunal do júri de Ceilândia converteu a prisão de Leandro para preventiva. Dessa forma, não há a possiblidade do pagamento de fiança, e o acusado deverá ficar preso por tempo indeterminado até que seja definida uma data para julgamento.
Agora, a família espera que as investigações continuem para descobrir se Leandro agiu sozinho ou se teve ajuda. “Precisávamos dessa certeza, de que ele seria preso. Se esse cara sair da prisão, não existe justiça no país, porque ele matou, ocultou, mentiu, tentou enganar todo mundo então, é um risco para a sociedade”, enfatiza Cleiton.
Fonte: Metrópoles