“É normal isso?”, questionou a diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, referindo-se aos sangramentos que estava tendo após passar p...
“É normal isso?”, questionou a diarista Maria Jandimar Rodrigues, de 39 anos, referindo-se aos sangramentos que estava tendo após passar por um procedimento estético em uma clínica na Vila da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro. Ela morreu após fazer uma hidrolipo, procedimento semelhante ao da lipoaspiração, na última sexta-feira (17).
Uma semana antes da morte, a paciente já havia feito uma cirurgia no local e reclamava de dores e manchas no corpo. O relato está gravado em um áudio.
A família de Maria Jandimar prestou depoimento na 27ª DP (Vicente de Carvalho) nesta segunda-feira (20). Também na tarde de ontem, o estabelecimento passou por uma perícia. Hoje (21), os funcionários do prédio onde a clínica funciona devem ser ouvidos.
“Queremos justiça!”, afirmou o marido da vítima, Wagner Morais Carvalho, em entrevista à Record TV Rio. Após o caso da diarista ganhar repercussão, outras mulheres relataram negligência do médico que as atendera.
A promoter Dayane França afirmou que o profissional colombiano a orientou a fazer os cuidados paliativos em casa e a não ir ao hospital após uma cirurgia. “Quando cheguei ao hospital, já estava com uma infecção generalizada”, afirmou.
Além dos familiares e pacientes, o médico foi ouvido enquanto o advogado falava com a imprensa. Ele possui duas anotações criminais, incluindo um processo por ameaça. Apesar da suspeita de negligência médica, a morte da diarista ainda não é investigada como homicídio.
Em nota, a defesa do médico informou que ele “adotou corretamente todos os previstos na literatura médica e, quando se deparou com a intercorrência, buscou imediato socorro em uma emergência próxima, o que não foi possível em virtude do falecimento da paciente. Importante ressaltar que não existiu omissão de socorro, muito menos tentativa de fuga. Por fim, ressalta a solidariedade ao sofrimento dos familiares e que está à disposição das autoridades para outros esclarecimentos necessários”.
De acordo com a filha da paciente, Brenda Rodrigues, o homem que fez a hidrolipo passou por ela enquanto socorria a mãe e se identificou como um funcionário do prédio. Agora, a Polícia Civil busca entender por que o médico não interrompeu o procedimento após as complicações.
O Cremerj (Conselho Regional do Estado do Rio de Janeiro) informou que abriu uma sindicância para apurar os fatos, mas que o procedimento é sigiloso, de acordo com as normas do Código de Processo Ético-Profissional. O CBCP (Colégio Brasileiro de Cirurgia Plástica) ainda não se posicionou sobre a legalidade dos documentos do cirurgião colombiano (13h20).
Por; R7