As novas imagens divulgadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) mostram um momento de tensão entre os ministros do presidente L...
As novas imagens divulgadas pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) mostram um momento de tensão entre os ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na noite do dia 8 de janeiro, após a invasão ao Palácio do Planalto por golpistas.
Nas imagens, às quais o Metrópoles teve acesso, capturadas pelo circuito interno do prédio, é possível ver integrantes do primeiro escalão do governo gesticulando e discutindo. O GSI disponibilizou mais de 200 horas de gravações dos atos golpistas.
Veja o vídeo:
Por volta de 21h40, os ministros Flávio Dino, da Justiça, Rui Costa, da Casa Civil, e José Múcio, da Defesa, aparecem nos vídeos. Em determinado momento, Dino se dirige a Múcio gesticulando. O ministro da Defesa estava ao telefone.
Próximo aos dois estavam outros aliados do presidente, os senadores Jaques Wagner (PT-BA) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Dino sai do quadro da imagem e, em seguida, Rui Costa gesticula falando com Múcio.
A atuação dos militares foi questionada após a depredação do Planalto e outros prédios públicos, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso Nacional.
Crise no GSI
Imagens divulgadas na última quarta-feira (19/4), pela CNN Brasil, causaram uma crise no GSI. Elas mostram a atuação do então chefe do gabinete, Gonçalves Dias, no dia 8 de janeiro. Nas gravações, é possível ver Dias e outros militares da pasta guiando os invasores para portas de saída, em clima ameno.
Após a divulgação dos vídeos, Gonçalves Dias pediu demissão do cargo. Essa foi a primeira baixa no alto escalão do governo Lula, pouco tempo depois de completar 100 dias.
As imagens das câmeras de segurança do Planalto levaram o presidente Lula a convocar uma reunião de emergência com ministros do governo para tratar sobre o assunto. No encontro, o ex-chefe do GSI se explicou para o presidente e colocou o cargo à disposição.
A repercussão em torno dos vídeos fez a Polícia Federal convocar Dias para prestar depoimento. Em cerca de cinco horas, o militar deu sua versão sobre os fatos relacionados aos atos golpistas. Ele diz que não prendeu os envolvidos nos atos de 8 de janeiro porque ele estava fazendo “gerenciamento de crise”.
Metrópoles