A Polícia Civil descarta a possibilidade de que alguém tenha entrado no apartamento da ex-modelo Dalliene de Cássia Brito Pereira, de 21 a...
A Polícia Civil descarta a possibilidade de que alguém tenha entrado no apartamento da ex-modelo Dalliene de Cássia Brito Pereira, de 21 anos, antes de ela ser encontrada morta no local, no último dia 1º na zona sul paulistana.
A jovem estava nua, sobre sua cama e com um travesseiro em cima do rosto. Instantes antes de ela ser encontrada sem vida, uma amiga com quem dividia o apartamento, assim como vizinhos, afirmam terem ouvido a cama da vítima ranger e também um pedido de socorro.
Na ocasião, a polícia investigava um possível estupro seguido de assassinato, sem também descartar outras possibilidades para a morte dela
Fontes que acompanham a investigação afirmaram ao Metrópoles que, após a análise dos circuitos de câmeras do prédio, está descartada a suspeita de que alguém tenha entrado no apartamento. Pelo fato de o imóvel estar no 9º andar, a possibilidade de que tenham entrado pela janela é remotíssima.
Isso, porém, não afasta a tese de que Dalliene tenha sido eventualmente assassinada. Ela pode ter sido vítima de um envenenamento, segundo uma das linhas de investigação. Para que isso seja corroborado, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) aguarda o resultado de laudos, toxicológico e sexológico, para confirmar a causa da morte da ex-modelo.
Além da suspeita de envenenamento, o departamento policial considera que a vítima pode ter morrido por overdose de drogas ou, ainda, por alguma complicação pós-operatória, como já mostrado pelo Metrópoles. Recentemente a ex-modelo havia feito uma cirurgia de implante mamário. Sob os seus seios, quando foi encontrada já sem vida, havia dois curativos.
No quarto dela, foram encontradas uma porção de cocaína e uma nota de dinheiro enrolada, indicando o eventual uso da droga. Na residência, a polícia também localizou e apreendeu maconha e anfetamina.
Brunna Ysabelle Gondim Faria, 22, amiga de infância de Dalliene, afirmou em depoimento à polícia que ambas faziam uso esporádico das drogas. Brunna morava no apartamento com a ex-modelo desde fevereiro deste ano.
Barulhos e pedido de socorro
Antes de Dalliene ser encontrada morta, vizinhos e Brunna afirmaram em depoimento terem ouvido sons da cama da vítima rangendo. Um dos moradores do 8º andar gravou, com o celular, a jovem pedindo socorro.
Brunna voltava de uma casa noturna, no fim da madrugada de sábado (1º/7). A colega de quarto disse que a porta do apartamento estava fechada e que também ouviu sons vindos do quarto da amiga. Ela não tinha a chave do imóvel.
Um policial civil afirmou ao Metrópoles que, durante uma overdose de drogas, as pessoas podem se debater. “Há a possibilidade de que tenha acontecido isso e, em momentânea lucidez, ela tenha gritado por socorro”, disse.
A Polícia Civil também apura se a jovem teve algum problema pós-operatório, como eventual embolia, Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou isquemia (ausência de oxigenação sanguínea nas artérias), que poderia levar a um ataque cardíaco.
As circunstâncias da morte da ex-modelo, assim como sua suposta autoria, têm deixado a Polícia Civil de São Paulo intrigada até o momento.
Últimos momentos
Horas antes de ser encontrada morta, Dalliene comprou cigarro e trocou mensagens no celular. Câmeras de monitoramento do prédio e de um posto de combustíveis registraram os últimos momentos que a jovem esteve na rua com vida.
Dalliene foi a um happy hour com uma colega, após o fim do expediente de trabalho, na sexta-feira (30/6). Ela chegou ao prédio onde morava, em Santo Amaro, às 21h10. Enquanto o elevador sobe até o 9º andar, as imagens mostram que a jovem não para de trocar mensagens no celular.
Exatos 33 minutos depois, ela vai até um posto de combustíveis, ao lado do edifício. Sempre com o olho fixo no celular, lendo e respondendo às mensagens, Dalliene compra um maço de cigarros. Quando sai da loja, ela se despede de frentistas do posto, que respondem a saudação.
Durante a madrugada de sábado (1º/7), a ex-modelo mandou mensagens para um irmão e também para Brunna. Ela morreria horas depois.
Na madrugada de sábado, a porta do apartamento estava trancada. Por isso, ela foi arrombada pelo zelador do prédio, acionado por Brunna. A ação foi acompanhada por policiais militares, que foram chamados também pela amiga da vítima.
Dalliene foi sepultada no cemitério Memorial Parque de Uberaba, cidade mineira onde nasceu e cresceu. Além dos pais, ela deixa quatro irmãos.
Em entrevista ao Metrópoles, a mãe de Dalliene, Valéria Alves Brito, 46 anos, disse que acompanha de perto as investigações e quer justiça para a filha.
“É muita dor. Estou dilacerada. Parece que arrancaram um pedaço do meu coração. Sinto como se tivesse só meu corpo, porque minha alma foi embora com ela, com meu anjo, meu sonho, minha caçula, meu bebê”, afirmou.
Metrópoles