Uma resposta dada por Jair Bolsonaro no WhatsApp pode livrá-lo da acusação de tramar contra Alexandre de Moraes para tentar um golpe ...
Uma resposta dada por Jair Bolsonaro no WhatsApp pode livrá-lo da acusação de tramar contra Alexandre de Moraes para tentar um golpe de Estado.
Em relatório apresentado ao ministro do STF, a Polícia Federal (PF) citou o referido “zap” como um indício de que Bolsonaro não teria participado do suposto plano, que também levou à condição de investigados o ex-deputado Daniel Silveira e o senador Marcos do Val.
No documento produzido pela Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, a PF enfatizou uma troca de mensagens entre Bolsonaro e Do Val, de 2 de fevereiro deste ano. Na ocasião, o senador mandou ao ex-presidente prints de conversas dele próprio com Daniel Silveira e com Alexandre de Moraes.
Nos diálogos, Marcos do Val era incitado por Daniel Silveira a ingressar numa “missão” que poderia “salvar o Brasil”. O senador, por sua vez, avisava a Alexandre de Moraes sobre a suposta trama criminosa.
Ao ler os prints enviados por Do Val, Bolsonaro respondeu apenas: “Coisa de maluco”.
PF aventa cenários
A falta de interesse de Bolsonaro no assunto e a crítica feita pelo ex-presidente chamaram a atenção dos investigadores. Obtido pela coluna, o relatório foi remetido a Alexandre de Moraes no âmbito do inquérito que corre no STF. Nele, a Polícia Federal descreveu três cenários possíveis.
No primeiro, a PF vislumbrou “a possibilidade de que Daniel Silveira, para conferir importância e credibilidade inexistentes à sua malfadada orquestração de um golpe de Estado, estivesse se utilizando do nome de Jair Bolsonaro”.
No segundo, avaliou “a possibilidade de que eventuais encontros entre Do Val, Silveira e Bolsonaro — se de fato existentes — hajam tratado de assunto diverso do revelado nos prints encaminhados (orquestração de um golpe de Estado)”.
E, na última hipótese, a Polícia Federal cogitou a possibilidade de ter havido “atuação de caráter absolutamente ambíguo de Marcos do Val, que parecia valer-se de prints de conversas com as mais altas autoridades da República para, colocando-as umas contra as outras, angariar prestígio pessoal e político”.
Se nenhum batom na cueca surgir ao longo do inquérito, a resposta dada por Bolsonaro a Do Val tende a favorecer o arquivamento do caso.
Os cenários foram descritos pela PF antes da delação de Mauro Cid. Novas informações, claro, podem alterar o rumo das investigações.
Crédito: Metrópoles