O caos vivido na Zona Oeste do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (23) não se resumiu apenas ao medo da violência e ao transtorno de ficar...
O caos vivido na Zona Oeste do Rio de Janeiro nesta segunda-feira (23) não se resumiu apenas ao medo da violência e ao transtorno de ficar sem transporte público, mas terá também seus desdobramentos financeiros. Com o recorde de 35 ônibus incendiados em um dia, o prejuízo com os danos causados aos veículos ultrapassa os R$ 35 milhões.
Segundo informações divulgadas pelo jornalista André Trigueiro, da GloboNews, cada modelo convencional dos ônibus que circulam no município custa cerca de R$ 850 mil. Já os modelos novos do BRT, ultrapassam os R$ 2,4 milhões por unidade. Os ataques desta segunda queimaram 30 ônibus comuns e cinco veículos do BRT. No total, o prejuízo ultrapassa os R$ 37 milhões.
TRINTA E CINCO ÔNIBUS E UM TREM FORAM QUEIMADOS
Ao menos 35 ônibus foram incendiados na tarde desta segunda-feira, na Zona Oeste do Rio, segundo a prefeitura da capital e a polícia fluminense. O governador Cláudio Castro (PL) anunciou que 12 homens foram presos colocando fogo nos coletivos.
Segundo a Polícia Civil, os ataques foram praticados por um grupo de milicianos em represália à morte do vice-líder da quadrilha, ocorrida horas antes, durante um confronto com policiais civis em uma favela de Santa Cruz, bairro da Zona Oeste. Às 18h40, o município do Rio entrou em estágio de atenção, o terceiro de uma escala de cinco.
O miliciano morto foi Matheus da Silva Rezende, de 24 anos, sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, que desde 2021 é o líder do principal grupo miliciano que atua no Rio. Resende, conhecido como Teteu ou Faustão, era o segundo na hierarquia do grupo, segundo a polícia.
Rezende foi morto durante confronto com policiais civis da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), o grupo de elite da Polícia Civil fluminense, e do Departamento Geral de Polícia Especializada (DGPE), na Favela Três Pontes, em Santa Cruz. Nessa mesma operação, uma criança de 10 anos foi atingida de raspão na perna por uma bala perdida.
Depois da morte, os ônibus começaram a ser atacados e incendiados. O Centro de Operações Rio (COR-Rio), órgão da prefeitura que monitora a cidade por meio de câmeras, informou que o primeiro ônibus que pegou fogo estava na Rua Felipe Cardoso, na altura do BRT Cajueiros, em Santa Cruz, na Zona Oeste.
Segundo o sindicato das empresas de ônibus, esse foi o maior ataque a ônibus da história do município do Rio. Ao todo, 20 veículos de linhas municipais, cinco do BRT e dez avulsos, de fretamento, foram incendiados. Pneus também foram incendiados e veículos atravessados em vias expressas.
Além dos ônibus, um trem que saía de Santa Cruz, sentido Central, às 18h04, também foi queimado por bandidos. O fato aconteceu nas proximidades da estação de Tancredo Neves, em Paciência, na Zona Oeste. O maquinista foi obrigado a abrir a porta, a descer da composição e teve que retornar à estação.
*Com informações AE