Após 12 meses de guerra, Hamas aceita ajuda do rival Fatah - Notícias de Brasília

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Após 12 meses de guerra, Hamas aceita ajuda do rival Fatah

  Adversários políticos há anos, os dois principais grupos palestinos Hamas e Fatah mostraram ao mundo que se uniram em meio à guerra com Is...

 

Adversários políticos há anos, os dois principais grupos palestinos Hamas e Fatah mostraram ao mundo que se uniram em meio à guerra com Israel em Gaza. Em um encontro realizado no Cairo, Egito, na última quarta-feira (9), eles negociaram a implementação de um acordo de conciliação e maneiras de unificar as fileiras nacionais palestinas.

De acordo com informações da Al Jazeera, ficou acertada a formação de um comitê temporário e apolítico, e que a passagem de fronteira de Rafah entre Gaza e o Egito passaria a ser supervisionada pelos guardas presidenciais do presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas. Os soldados do Hamas têm até o dia 1° de novembro para passar a gestão para a AP.

Além disso, os dois grupos concordaram em não assumirem o comando de territórios a menos que cheguem a um “acordo final que colocaria de lado a divisão para sempre… para realizar o sonho palestino, pôr fim à ocupação e ter um Estado palestino, independente e soberano, com Jerusalém Oriental como capital”, segundo as palavras do porta-voz do Hamas, chefe da delegação da AP, Azzam al-Ahmad.

No encontro desta terça, estiveram presentes o membro do Bureau Político do Hamas, Khalil Al-Hayya e o vice-líder do Fatah, Mahmoud Al-Aloul.

ENTENDA A RIVALIDADE
O Fatah e o Hamas vivem em conflito há décadas, mas chegaram ao ponto da ruptura em 2007, quando os grupos protagonizaram uma guerra civil, conhecida como a Guerra de Gaza. O estopim ocorreu devido à inesperada vitória do Hamas nas eleições legislativas de 2006, conquistando 74 das 132 cadeiras no Conselho Legislativo Palestino, o que lhe deu o controle do governo palestino.

Embora tenha sido reconhecido internacionalmente como legítimo, o resultado eleitoral gerou uma crise política. Países como Estados Unidos, União Europeia e Israel não aceitaram que o Hamas governasse a Palestina por ser um grupo terrorista e por não reconhecer o direito do Estado de Israel existir. Diferente do Hamas, o Fatah reconhece a existência de Israel e defende uma convivência pacífica entre dois Estados desde a década de 1980.

A comunidade internacional aplicou sanções contra a Autoridade Palestina devido ao pleito. A impossibilidade de o Hamas formar um governo de unidade com o Fatah levou a uma escalada de tensão e ao derramamento de sangue, deixando dezenas e mortos e centenas de feridos. Por fim, o Hamas derrotou as forças leais ao Fatah e assumiu completamente o controle da Faixa de Gaza. O Fatah, por sua vez, manteve o controle sobre a Autoridade Palestina na Cisjordânia.

Para muitos especialistas, a rivalidade entre as duas forças contribui para tornar a região mais pobre, dificulta a criação de um Estado palestino e as negociações de conciliação com Israel.

No último mês de julho, porém, o Hamas, o Fatah e outras 12 facções palestinas assinaram em Pequim, na China, um acordo para acabar com as divisões. O estreitamento de laços ocorre um ano após o ataque terrorista perpetrado pelo Hamas no território israelense em 7 de outubro de 2023. O atentado resultou em 1.200 israelenses mortos, 3 mil feridos e cerca de 250 reféns levados para Gaza.

Por: Pleno.News