Preso por suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Bra...
Preso por suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, chorou durante depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) e disse que preferia ter morrido no lugar da parlamentar. De acordo com ele, o ex-policial Ronnie Lessa, assassino confesso da vereadora e delator de Brazão, teria causado menos mal a ele e sua família caso o tivesse matado no lugar de Marielle.
– Preferia ter morrido no lugar da Marielle. Pelo menos teria morrido com dignidade. O que ele [Ronnie Lessa] está fazendo com a nossa família é nos enterrar vivos. (…) O que ele fez com a gente foi pior do que o que ele fez com a família da Marielle e do Anderson. Não sei como ele dorme (…) Eu perdi 26 quilos. Estou perdendo a minha vida aqui dentro. Eu fui exposto para o mundo em uma ação açodada dessa sem a oportunidade de me defender – declarou Brazão.
Em delação premiada, Lessa apontou Domingos e seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, como mandantes do homicídio da vereadora e do motorista dela, Anderson Gomes, em crime executado em 2018, no Rio de Janeiro. O ex-policial afirma ter tido dois encontros com os irmãos antes do assassinato a fim de planejar o crime.
– Jamais ia envolver o meu irmão. Quando íamos nos associar para cometer um crime desta natureza? Como isso pode entrar na cabeça de alguém que tenha família? Que tipo de pessoas estão tentando dizer que nós somos? Que tipo de gente que nós somos? – disparou Domingos no depoimento ao STF.
Ele também negou conhecer pessoalmente Ronnie Lessa e o acusou de o incriminar para conseguir a delação e levar o caso ao STF, visto que Chiquinho é congressista e possui foro privilegiado. O conselheiro do TCE-RJ também negou ter conhecido Marielle ou o motorista.
– Penso eu que primeiro isso só passou pela cabeça dele após a delação do Élcio. Até então ele deveria ter outros planejamentos. Já estava preso talvez há uns cinco anos. Quando o Élcio delata ele, ele tem que buscar uma saída para resolver o seu problema, haja vista que a delação do Élcio é completamente diferente da delação dele – afirmou.
O conselheiro do TCE-RJ está preso na penitenciária federal em Porto Velho. Chiquinho está detido na penitenciária federal em Campo Grande e também chorou durante depoimento ao STF. Tal como o irmão, ele nega ter conhecido Marielle.
– Não tenho dúvida de que ele poderia me conhecer, mas eu não tenho lembrança de ter estado com essa pessoa. (…) Foi maldade o que fizeram. Marielle tinha um futuro brilhante. Ela era uma vereadora muito amável – assinalou.
Além dos irmãos Brazão e de Lessa, também são réus o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa e o major da Polícia Militar Ronald Paulo de Alves Pereira. Presos, todos respondem por homicídio e organização criminosa.
Por: Pleno.News