Após 167 dias sem chuva, o Distrito Federal marcou o fim da sua maior seca histórica. No começo do mês de outubro, a capital registrou pre...
Após 167 dias sem chuva, o Distrito Federal marcou o fim da sua maior seca histórica. No começo do mês de outubro, a capital registrou precipitações em diferentes localidades, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A notícia é positiva, no entanto, retoma um aspecto importante para os brasilienses: a possibilidade do aumento de casos de dengue.
No começo de 2024, o Brasil inteiro enfrentou uma das maiores crises de epidemia relacionada à doença. Com o DF não foi diferente: entre janeiro e setembro, foram registrados quase 309 mil casos de pessoas infectadas. Quando comparado ao ano passado, o mesmo período obteve 37 mil notificações. Com o aumento das chuvas a partir deste mês, torna-se essencial redobrar a atenção para a água parada, fator que aumenta a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Na reportagem do Correio, a Secretaria de Saúde do DF (SES-DF) afirmou, por meio de nota, que trabalha realizando ações de combate ao Aedes aegypti o que inclui visitas a residências com o objetivo de eliminar focos do vetor, manejo ambiental, ações de mobilização e educação social, bloqueio de casos com uso de inseticidas, tratamentos de focos do vetor com uso de larvicidas e uso de armadilhas de monitoramento de infestação (ovitrampas).
"Esse trabalho vem sendo fortalecido com a incorporação de novas tecnologias, como as estações disseminadoras de larvicida, a borrifação residual intradomiciliar e a implementação de um novo sistema de informação para monitoramento das ações de controle vetorial. Todas as estratégias de combate ao Aedes aegypti atendem às normativas preconizadas pela OMS e Ministério da Saúde, e para cada fase há uma metodologia", divulgou a pasta.
No mês de setembro, representantes das regiões de saúde do Distrito Federal apresentaram as ações de preparação e prevenção contra as arboviroses, em especial, a dengue. Por meio do Plano de Enfrentamento das Arboviroses, a SES-DF distribuiu as ações em cinco eixos: gestão, assistencial, vigilância, comunicação e imunização. Para cada um desses eixos estão descritas ações específicas, como recomendações e ferramentas estratégicas.
No entanto, de acordo com o órgão, ainda com a mobilização pública, torna-se necessário o envolvimento da sociedade para evitar a possibilidade de uma nova epidemia. Estratégias práticas podem ser tomadas nas residências, como inserir areia nos pratinhos de plantas, colocar as garrafas de cabeça para baixo, tampar as caixas d’água, acomodar os descartes de lixo no lugar correto, além de manter os quintais limpos e sem entulho.
No que diz respeito às considerações voltadas ao lixo, o assunto chama a atenção por ser um dos principais focos para o mosquito da dengue. Ciente desse cenário, o Governo do Distrito Federal (GDF) indica a necessidade do envolvimento populacional, mas também realiza ações mobilizantes para auxiliar. Por meio dos papa-entulhos, por exemplo, é possível fazer o descarte correto de diferentes tipos de objetos. Responsabilidade do Serviço de Limpeza Urbana (SLU), espaços adequados para o descarte de restos de obra, podas de árvores, móveis velhos e recicláveis, essas ferramentas de coleta têm sido de grande importância para a limpeza urbana do Distrito Federal.
No primeiro semestre do ano, os equipamentos receberam 14.346 toneladas de resíduos da construção civil (RCC), 1.196 toneladas de podas e 1.500 toneladas de volumosos. Atualmente, os papa-entulhos estão distribuídos entre as regiões administrativas de Águas Claras, Asa Sul, Brazlândia, Ceilândia, Gama, Guará, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho, Sobradinho II, Taguatinga e Samambaia.
Prevenção na seca
Antes das primeiras chuvas atingirem o Distrito Federal, a mobilização pública, no período de seca, estava intensa no que diz respeito aos cuidados com o mosquito da dengue. Independente das condições climáticas, a estratégia do GDF envolveu uma atuação preventiva em todas as regiões administrativas, por meio de visitas a residências e comércios, além de estratégias de monitoramento.
Segundo a Vigilância à Saúde, as visitas não ocorrem somente em momentos de epidemia. No decorrer de todo o ano, são realizadas inspeções para combater os focos do mosquito. Para a entidade, o trabalho continua em todos os meses do ano.
No Setor Oeste da Estrutural, por exemplo, a catadora Maria Aparecida Jesus, 42, foi uma das primeiras a abrir a porta para os agentes. "É muito importante que eles façam essas visitas para prevenir. Aqui em casa eu nunca tive nenhum caso porque eu tomo todos os cuidados, mas é bom que eles venham para conferir se está tudo certo", informou.
Outras iniciativas também foram adotadas pelas entidades públicas. Recentemente, equipes do GDF Presente e da Administração Regional do Paranoá recolheram cerca de 250 pneus nas quadras do setor de oficinas da cidade. Os objetos foram reutilizados na montagem do circuito do 5º Encontro de Carrinhos de Rolimã e, com a ação, os pneus deixaram de ser possíveis focos do mosquito Aedes aegypti.
Combate à dengue nas escolas
No início do ano, com o intuito de ampliar a prevenção da dengue, a Secretaria de Educação (SEE-DF) entrou no circuito, em parceria com a SES-DF, para combater a doença. Abordando as arboviroses no conteúdo programático das instituições, o objetivo das pastas era de conscientizar os mais jovens sobre os cuidados necessários para evitar a propagação de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
Seguindo a atuação no âmbito educacional, no mês de outubro, ações preventivas contra a dengue nas escolas públicas. De acordo com a Secretaria de Saúde, a mobilização no ambiente escolar é fundamental e, por isso, há trabalho intenso sendo realizado em quase 800 escolas da capital. Por meio de atividades didáticas e lúdicas, os estudantes recebem informações sobre os cuidados necessários.