Pedro, no entanto, disse que não conseguiu comemorar o fim do drama devido a traumas causados pelos crimes de assassino.
– Teve gente que comemorou. Mas não vejo motivo. A gente acaba revivendo o que aconteceu – afirmou.
Pedro socorreu o irmão, José Carlos Benício de Oliveira, “Carlito”, assassinado com um tiro por Lázaro, em novembro de 2008. “Carlito” morreu por ter protegido uma mulher que o criminoso tentava estuprar.
– Está passando direto na televisão, mas não consigo assistir. É um trauma que a gente carrega. É complicado ficar lembrando e revivendo isso – afirmou o homem que também disse que “muita gente tinha medo que ele [Lázaro] voltasse” à cidade natal.
Em 2008, após matar “Carlito” e Manoel Desidério, outro morador do bairro, Lázaro conseguiu escapar ao cerco da polícia durante 15 dias, até se entregar. Dez dias depois, ele fugiu da prisão.
O PM aposentado Anderson Sodré, que participou das buscas por Lázaro treze anos atrás, conta que, por pouco, não se tornou mais uma vítima do criminoso.
– Quando ele [Lázaro] fugiu da cadeia, fomos atrás. Ele conhecia mato como ninguém, pois, desde criança, ele caçava. Durante as buscas, dei de frente com ele e estava com o revólver na mão. Ele atirou, me joguei no chão e, quando levantei, ele já tinha sumido no mato – lembra Sodré.
A reportagem não conseguiu contato direto com os pais de Lázaro, que ainda moram no povoado de Melancia, bairro rural em que ele cresceu. Uma tia dele, Zilda Maria, disse que os parentes estão muito abalados e que, de certa forma, um pouco aliviados, pois já esperavam um desfecho trágico. Segundo ela, a mãe de Lázaro desligou o celular e se isolou, após receber ameaças de morte de pessoas desconhecidas durante a caçada a seu filho.
*AE